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Transat Jacques Vabre 2017 leva velejadores de nove países para desafio extremo 

Transat Jacques Vabre 2017 leva velejadores de nove países para desafio extremo 

Brasil, Angola, Omã, Alemanha, França, Itália, Espanha, Inglaterra e Suíça têm representantes na regata, umas das mais difíceis da vela internacional.

A 13ª edição da Transat Jacques Vabre, principal regata transatlântica do mundo, começa no domingo (5), em Le Havre, na França, com a participação de 38 barcos, de quatro classes diferente. A prova em duplas terá como destino final a cidade de Salvador, na Bahia. 

São 76 velejadores de nove países, incluindo o Brasil com o baiano Leonardo Chicourel, que está a bordo do Mussulo 40 Team Angola Cables, ao lado do angolano José Guilherme Caldas, que mora em São Paulo (SP).

''Recebi com muita alegria o convite de correr a Transat Jacques Vabre e ser o primeiro baiano nessa regata. É muito simbólico isso! Será muito bom voltar pra casa e ver os amigos esperando a gente'', disse Leonardo Chicourel. ''A regata será bem difícil, exigindo muito da gente. Estou sempre ligado na previsão dos ventos''.

Outra referência brasileira na regata é o barco Vivo à Beira, tripulado por franceses que buscam fundos para projetos sociais educacionais no País. ''Somos o outro barco do Brasil na regata. Vamos usar a prova para levar uma mensagem de esperança aos jovens das favelas brasileiras'', explicou Pierre Lacaze, do Vivo à Beira, uma refência a um poema da poetisa Clarice Lispector.

Nove nações, um só objetivo

Atletas de Omã, Alemanha, França, Itália, Espanha, Inglaterra e Suíça estão na disputa de 8 mil quilômetros pelo Oceano Atlântico da Transat Jacques Vabre. O objetivo de todos é fazer o percurso em menos tempo, ou seja, ganha o primeiro que chegar em cada classe. 

''A regata é uma das mais difíceis da vela internacional. Em duplas, as tripulações lidam com as temperaturas em queda no continente europeu, as dificuldades de navegação pelo Canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra, depois pelo norte da Espanha, onde ocorrem as principais quebras, a calmaria do Equador e a chegada à costa brasileira'', disse o italiano Giancarlo Pedote, do Newsrest - Brioche Pasquier (IMOCA60).

Os melhores velejadores do mundo de regatas oceânicas encaram mais uma vez o desafio da Transat Jacques Vabre. A britânica Sam Davies, que comandou o Team SCA na Volvo Ocean Race 2014-15, repete a campanha da última edição ao lado do francês Tanguy de Lamotte a bordo do Initiatives Coeur (IMOCA60).

''Essa edição será um pouco mais curta do que a passada, que terminou em Itajaí (SC), mas eu estou muito feliz, pois vai terminar no Brasil novamente. E agora com sol, já que da outra vez que chegou estava nublado. Estamos na mesma classe IMOCA, mas um barco novo, agora com foiles. É mais rápido, mas um pouco mais complicado de tocar'', disse Sam Davies, uma das seis mulheres escaladas nessa edição. 

Outros navegadores ícones da vela como os franceses Sebastien Josse, Thomas Coville, Jean-Luc Nélias, Vicent Riou e Sidney Gavignet fazem parte da Transat Jacques Vabre, levando com eles um currículo de conquistas em regatas internacionais ou travessias ao redor do mundo em solitário.

Os velejadores franceses tradicionalmente encaram regatas mais longas e desafios como a Transat Jacques Vabre. Em provas como a Vendeé Globe, Solitarie du Figaro e Volvo Ocean Race é possível ver um número expressivo de navegadores da França. 

A Transat Jacques Vabre também é conhecida como Rota do Café, pois refaz o trajeto inverso do comércio dos grãos. Colômbia, Costa Rica e Brasil, com Salvador e Itajaí (SC), já sediaram o evento.  

A regata tem quatro classes de barcos. Os Class40 da dupla brasileira contam com 16 duplas e é a categoria mais numerosa. Os tradicionais IMOCA 60 aparecem logo em seguida com 13 equipes. Entre os multicascos estão Ultime, com três enormes trimarãs na disputa, e os Multi50, com seis.

Os Ultimes, que são os mais velozes inscritos na Transat Jacques Vabre, devem concluir o percurso de Le Havre a Salvador em menos de 10 dias. Já os brasileiros que estão na Class40 devem demorar mais de 20 dias. 

O Brasil participa pela terceira vez da regata Transat Jacques Vabre e terá o segundo barco consecutivo. Em 2015, o Zetra de Eduardo Penido - campeão olímpico em Moscou 1980, e Renato Araújo foi o sexto colocado na Class40.

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